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A presente pesquisa pretende investigar, discutir e desenvolver plataformas e dispositivos de interação democráticas para empoderamento – conscientização, mobilização e intervenção – da população no que tange a produção do espaço cotidiano a partir de exercícios práticos junto a disciplina "Oficina de Planejamento Urbano: Problemas de Ocupação e Planejamento em Sub-bacias” cujo território de trabalho são as escolas municipais e estaduais. Tais plataformas e dispositivos podem ser banco de dados, sites, cartilhas, flyers, material didático, mapas, mobiliário urbano, cartazes, manuais do-it-yourself, filmes, exposições, livros entre outros.

A pesquisa

Contexto de Trabalho

Em 2014 escolas estaduais em São Paulo foram ocupadas por alunos com o objetivo de se oporem a reformas educacionais propostas unilateralmente pelo governo do estado, sem qualquer discussão com interessados. Como resultado,  estas foram suspensas, o que significou uma vitória simbólica importantíssima para a emergencia de novos movimentos estudantis. Desde então, em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e em Universidades Públicas de Minas Gerais, Brasilia entre outros, novas ocupações foram deflagradas contra outras políticas advindas do Estado. Escolas municipais e estaduais brasileiras foram ocupadas por alunos secundaristas com o objetivo tanto de apresentar demandas por parte destes relacionadas às políticas educacionais sejam municipais, estaduais e/ou federais, assim como para construir novas formas de produzir conhecimento a partir de uma discussão sobre a responsabilidade e compromisso da escola no que tange a vida do alunado e mesmo da cidade. Portanto, a ocupação das escolas é como um sintoma de uma potencialidade adormecida no espaço escolar.


A pergunta então que norteia esta pesquisa diz respeito ao potencial de tais escolas bem como dos alunos em serem agentes decisivos na produção mais democrática da gestão da cidade, interessando para a presente pesquisa a possibilidade de se pensá-las como possíveis agentes de novas formas de se pensar o território.
Assim, considerando tais equipamentos educacionais públicos como organizações sócio-espaciais potenciais de planejamento urbano não apenas por causa de sua notoriedade adquirida pelas ocupações de escolas pelos alunos em cidades como São Paulo e Porto Alegre, mas devido a centralidade simbólica e prática das mesmas no imaginário e vida coletiva, a presente pesquisa quer investigar o potencial e as maneiras como a escola pode se tornar centro de conscientização, visibilidade, mobilização e/ou intervenção no espaço a partir do alunado e suas relações com família e a cidade. O objetivo é pensar tais equipamentos coletivos municipais e/ou estaduais como organismos que podem fazer surgir multiplicadores sociais conscientes de seu poder narrativo e prático de produção de espaços discursivos e físicos mais coletivos e solidários. 


Para tal pesquisa, o tema das águas urbanas e a unidade geográfica da bacia hidrográfica se fazem como um recorte e um primeiro passo porque o lugar escolhido para tal trabalho, a regional Barreiro, tem reconhecidamente problemas no que diz respeito a organização do espaço e suas relações com os cursos dágua. Desde 2014, a disciplina "Oficina de Planejamento Urbano: Problemas de Ocupação e Planejamento em Sub-bacias" desenvolvida dentro do curso de Arquitetura e Urbanismo - noturno da UFMG vem trabalhando com o Barreiro como território de pesquisa e propostas de intervenção, pensando o território a partir das Sub-bacias que o compõem. No entanto, o problema da disciplina sempre foi encontrar agentes sócio-espaciais (pessoas e organizações) na regional dispostos a colaborar num trabalho mais democrado. Assim, chegou-se a escola porque ela está sendo compreendida como lugar onde tais discussões e ações podem ser feitas porque alunos e pais são aqueles mais interessados e a escola enquanto equipamento público - e que serve de base para políticas públicas como Escola Intergrada e Escola Aberta - tem isso como uma potencial função.


Assim, a disciplina desde 2o semestre de 2016 se pauta pela discussão da democratização do planejamento urbano a partir das escolas gerenciadas pelo poder público - municipio ou estado. O objetivo  da disciplina é fazer a escola ser um território de discussão democrática - como espaço de representação da população local e espaço de discussão e ação pelos próprios moradores a partir do contato entre a universidade e a juventude usuária das próprias escolas. 

 

O que a pesquisa pretende então, neste primeiro momento, é participar de um evento da escola e dentro deste, apresentar dispositivos - exposição fotográfica, maquetes, mapas entre outras representações que se julgarem necessárias - que abordem a levantem como questão as aguas urbanas e o potencial da escola como espaço de pensamento e ação. Além disso, dentro deste evento, gostaríamos de um espaço para organizar um seminário sobre a questão das aguas urbanas trazendo convidados (especialmente moradores) que possam discutir a questão tanto do ponto de vista técnico como pollítico.


Ao mesmo tempo, objetivando tornar público que a escola quer encampar uma discussão sobre o tema (cedendo o espaço), pretendemos produzir material gráfico que seria afixado nos muros da escola assim como entregues aos alunos para que esses possam mostrar a pais e outros interessados.

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